terça-feira, 29 de março de 2016

CARAVANA DAS LETRINHAS



A todo desengonçado
Bebeu  um dois três goles
Caiu do cavalo o coitado
Desandou a chorar
Esperando alguém para ajudar
Gritava, gritava  ninguém aparecia
Horas por onde andarás  todos
Incapaz de ajudar
Já pensou se a caravana  resolve chegar
Logo eu serei esquecido - e meus doces?
Marmelada e pirulito nesse calor de rachar
Nada vai se salvar a formiga que vai gostar
O piquenique da caravana vai ficar esquecido
Pato peru que por ali passavam
Ria sem querer ajudar
Será que o cavalo vai voltar?
Talvez esteja caído mortinho
Urubu no céu voando
Xodó meu amigo cavalo volta... 

 

O COELHINHO PIRRACENTO




Era uma vez um coelhinho criado na cidade, mas um dia foi abandonado, inconformado e metido dizia  que não gostava de viver no bosque  e reclamava  que seu pelos branquinhos ficavam encardidos por isso vivia perambulando pela floresta tirando o sossego de todos os outros animais. Um dia já cansado das suas pirraças, depois de encher a pança com cenouras colhidas fresquinhas e beber água na fonte sentou-se á sombra do carvalho para descansar.
- Ai! Suspirou com o conforto daquelas sombras e cochilou satisfeito numa cama de folhas secas.
Aproximou-se um passarinho daqueles que nada deixava passar  e aquele felpudo bem merecia: - Olá seu pirracento peludo gritou tão alto  assustando o folgado do coelho  que tirava a sua soneca da tarde. O coelho olhou de lado e fingiu não está sendo incomodado.
O passarinho não se deu por satisfeito e começou a derrubar gravetos na cabeça do coelho que se espreguiçou olhou para cima esticou as pernas e seguiu viagem.
Certo dia enquanto os bichos se reuniam para uma tarde de prosa quando apareceu o coelho cansado  de suas travessuras e disposto a pedir desculpas já que teria que viver ali para o resto da sua vida.
Foi aquele alvoroço ninguém queria aquele pirracento por perto e de um a um gritavam para que se  retirasse.
O coelho envergonhado tentou explicar que estava mudado, mas nada adiantou, restou ao pobre do coelho abaixar as orelhas e sair com o rabinho entre as pernas.
Os bichos precisavam naquele momento dar uma lição àquele petulante, um dia com certeza ele iria compreender o valor da amizade e do respeito.





O PASSARINHO PREGUIÇOSO










Tinha asas e não queria voar
Montava na garupa do vento
Saia enfrentando o tempo
Até o dia se acabar...

O vento resolveu se vingar
Assim que o dia raiou
Ele se assanhou
E logo o passarinho veio pousar...

O vento deu um rodopio
O passarinho sonolento nem viu
Quando percebeu já caia
E o vento rindo seguia...  



segunda-feira, 21 de março de 2016

CASA QUE TEM CRIANÇA


O quarto bagunçado
Brinquedo espalhado
Na sala uma confusão
Mais brinquedos pelo chão...

Tem parede rabiscada
No canto boneca quebrada
A bola quebra a vidraça
Ele ri e acha graça...
Mas casa que tem criança
Nunca some a esperança
O dia acorda gritando
A noite chega pulando...
O tempo parece que voa
As horas passam atoa
Tem desenho na televisão
O tablete não sai da mão...
Mas tem tanta coisa gostosa
Cheirinho de criança é uma delicia
Aquela alegria que contagia
Nunca falta assunto para uma prosa...
Ira Rodrigues

ANINHA...

Aninha - autoria Irá Rodrigues
Nasceu com paralisia pelo pai foi rejeitada
Por muitos chamada de aleijada
Mas ela não desistia de conseguir
E vivia Aninha sempre a sorrir..

Uma menina gosta de sonhar
Um dia ser passarinho e poder voar
Como ela diz não tenho pernas para andar
Mas posso flutuar até onde o sonho
me levar...
Preconceito é muito baixo astral
Onde todo mundo é igual
Aninha sempre confiante
Dava lição de vida ao povo ignorante.
A cadeira não tira a minha alegria
Aninha em sua poesia dizia
Falo com os bichos da natureza
Isso eu chamo grandeza.
E Assim vivia Aninha a sonhar
Em um dia poder voar
Chegar ao mundo da fantasia
Ri com gnomos falar com fadas
Livre esquecer a cadeira de rodas...
Breve um livro recheado de belos contos a " Menina que sonhava voar".
Aguardem.

CHEGANDO A PÁSCOA


A coelhinha Celi com seus belos olhinhos cor de mel, seu narizinho vermelho era uma verdadeira malandrinha. Todos os outros coelhos da floresta viviam atarefados com a confecção dos ovinhos de chocolate.
A coelhinha Celi que nada ajudava e só atrapalhava um dia em que todos corriam de lá para cá, eram chocolates derretendo, ovinhos no sol a secar, as coelhinhas colocando recheios trazidos pelas abelhas e pelos passarinhos as borboletas trazendo as cores do arco-íris para embrulhar e deixando tudo muito lindo para entregarem as crianças. Olha que chega a malandrinha encontra a porta aberta toma impulso e num salto abocanha um delicioso ovinho todo recheado com caramelo feito do mel trazido pela abelhinha Gigi e castanhas trazidas pelo sabiá que foi muito longe para pegar as mais deliciosas da região, ali todos colaboravam nas tarefas da Páscoa não importando se era coelho ou outros bichinhos da floresta, o que importava era chegar a Páscoa e ter bastantes ovinhos para entregar.
O coelho chefe o temido Janjão ao ver a malandrinha correu em sua direção com a colher de pau erguida, já estava para golpear a cabeça quando apareceu o bondoso coelhinho Totó e num pulo saltou sobre Celi que se desviou da colherada.
O ovo pulou caindo bem aos pés do coelho chefe, com medo os dois malandrinhos saíram dali pulando bem apressadinhos antes que fossem expulsos da floresta.
Começava a escurecer, os dois aflitos estavam bem longe de casa e bem no meio da floresta onde viviam vagando as noites animais famintos a procura de presas indefesas.
Mesmo com as sombras da noite cobrindo as árvores os dois continuavam andando de repente avistam o rio, nas águas paradas um barquinho solitário, correram, subiram nas madeiras molhadas e com os movimentos o barquinho foi sendo levado rio abaixo.
Cansados adormeceram, quando o sol disse bom dia! Despertaram, andaram por todo o barquinho que seguia movido pelo vento e pela correnteza...
Celi muito curiosa começa fuçar tudo que ia encontrando, pulou ao encontrar um binóculo, os dois sobem em uma caixa e logo avistaram a fábrica e a correria de todos os coelhos, passarinhos abelhas que se apressavam para que tudo estivesse pronto até o dia de Páscoa.
Os dois malandrinhos desceram do barquinho subiram numa rocha e ficaram se divertindo através da lente do binóculo enquanto todos lá embaixo trabalhavam correndo ou as crianças não ganhariam seus ovos deliciosos.